Demandas de diferentes tipos de empresas impulsionaram a necessidade de adotar estruturas organizacionais mais sofisticadas, visando otimizar principalmente a velocidade (throughput), a qualidade (quality assurance) e a previsibilidade (lead time) do ciclo de desenvolvimento de software.

Entre a vasta literatura de frameworks e buzzwords, seguem seis modelos de organização de times mais populares no mercado:
Tipos de times de desenvolvimento
1. Squads
O modelo de Squad (originado e popularizado pelo Spotify) representa o arquétipo do time de desenvolvimento multidisciplinar, autônomo e orientado a produto. Sua principal característica é a responsabilidade ponta a ponta (end-to-end ownership) por um domínio específico de negócio ou funcionalidade, garantindo o ciclo completo de discovery, desenvolvimento, deployment e operação.
- Composição: estrutura T-shaped, englobando Engenheiros de Software, QA, UX/UI, Product Owner (PO) e, frequentemente, especialistas em Data Analytics ou SRE.
- Mecanismo de Trabalho: opera sob metodologias ágeis (Scrum ou Kanban), mantendo um Backlog contínuo e uma visão clara do Ciclo de Vida do Produto (PLC).
- Foco Estratégico: prioriza a geração de Valor de Negócio mensurável e a Evolução Consistente do produto.
- Aplicação Ideal: estruturas que requerem um Roadmap de longo prazo bem definido, alta aderência à Cultura de Produto e a estabilidade de equipes para a acumulação de conhecimento tácito (tacit knowledge).
2. Pods
Em contraste com a natureza estratégica do Squad, o Pod configura-se como uma célula enxuta de execução tática. Caracteriza-se por ser um time menor, altamente especializado, e com foco restrito à resolução rápida de problemas ou à eliminação de gargalos técnicos com alta velocidade (high-velocity execution).
- Composição: geralmente 2 a 5 profissionais de alta senioridade ou com competências técnicas singulares.
- Duração e Escopo: pode ser temporário (orientado a um projeto específico) ou recorrente (alocado a uma frente crítica ou transversal).
- Usos-chave: atuar em Dívida Técnica (Tech Debt) de alto impacto, criar proofs-of-concept (PoCs), refatoração de sistemas legados ou a aceleração de integrações de alta complexidade técnica.
- Aplicação Ideal: cenários de picos de demanda, necessidade de expertise pontual para resolver bottlenecks e otimizar o time-to-market em escopos bem delimitados.
3. Stream-Aligned Teams
Derivado da metodologia Team Topologies, o Stream-Aligned Team representa a evolução estrutural dos Squads em organizações de média a grande escala. Seu principal objetivo é maximizar o fluxo de trabalho (flow) e minimizar a Carga Cognitiva (Cognitive Load) das equipes, alinhando-as diretamente a um Fluxo de Valor de Negócio completo, do cliente à entrega.
- Estrutura: o time possui Propriedade de Código (Code Ownership) e responsabilidade integral por um domínio que constitui uma trilha de ponta a ponta do cliente.
- Benefício Primário: redução drástica de Dependências Inter-Times (Handoffs) e eliminação de silos funcionais.
- Exemplos: “Trilha de Pagamentos e Faturamento”, “Jornada de Onboarding do Usuário”, “Experiência Pós-Venda”.
- Aplicação Ideal: organizações que buscam escalabilidade estrutural (scaling with speed) e necessitam de maior previsibilidade na entrega, controlando o lead time do início ao fim do fluxo.

4. Platform Teams
À medida que a organização adota múltiplos Squads e Stream-Aligned Teams, surge a necessidade crítica de uma Plataforma de Desenvolvimento Sólida. Os Platform Teams são responsáveis por fornecer os serviços e as ferramentas internas que aumentam a Autonomia e a Velocidade dos times de entrega.
- Função Principal: Tratar a plataforma como um produto (Platform-as-a-Product), oferecendo ferramentas de Autosserviço (Self-Service), como frameworks, SDKs, bibliotecas e automações de infraestrutura.
- Áreas de Foco: CI/CD (Continuous Integration/Continuous Delivery), Observabilidade (Monitoring e Logging), Gestão de Infraestrutura (IaaS/PaaS) e Security by Design.
- Benefícios-chave: Promover a Padronização Técnica, reduzir a duplicação de esforços (rework) e garantir a Governança e a Qualidade Técnica em escala.
- Aplicação Ideal: Ambientes com múltiplas dependências técnicas entre os times de produto e operações que requerem escala e um alto nível de DevOps Maturity.
5. Feature Teams
O Feature Team é um modelo de alocação de recursos altamente flexível e temporário, com a missão específica de entregar uma nova funcionalidade, sistema ou onda de entrega em um horizonte de tempo restrito.
- Natureza: São times montados e dissolvidos rapidamente (project-based), reunindo especialistas de diversas áreas para cobrir o escopo de uma entrega específica.
- Missão: Foco na entrega rápida e objetiva de um escopo predefinido (e.g., “Lançamento da API de Parceiros V2.0”, “Implementação do Novo Módulo de Antifraude”).
- Vantagem: Permite a Alocação Tática de Reforço para objetivos de curtíssimo prazo, sem comprometer a estabilidade dos times de produto contínuo (Squads/Stream-Aligned).
- Aplicação Ideal: Empresas com modelo de projetos ou que trabalham com lançamentos em ondas, exigindo um burst de capacidade de entrega.
6. Business Units / Product Units
As Units representam a camada mais alta de organização estratégica, responsáveis por definir o Ownership e a governança do portfólio de produtos e serviços. Elas atuam como o elo entre a Estratégia Corporativa e a Execução Tática.
- Business Units (BUs): Organização estruturada por Áreas de Negócio (e.g., BU de Crédito, BU de Logística, BU de Seguros).
- Product Units (PUs): Organização por Grandes Produtos Digitais (e.g., PU App Mobile, PU Core Banking, PU Plataforma ERP).
- Propósito: Garantir o Alinhamento Estratégico (Strategy-to-Execution), definir KPIs de Negócio claros e promover a Priorização 360 dos investimentos.
- Aplicação Ideal: Organizações de grande porte (Enterprise Level) que necessitam de estruturação clara de responsabilidade (Ownership), Governança e uma visão holística (corporate view) para a distribuição otimizada de recursos (Squads e Pods).

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A escolha do modelo organizacional adequado não é apenas uma questão de adotar a estrutura mais moderna, mas sim de encontrar o desenho que melhor se alinha aos seus objetivos, à maturidade técnica e ao contexto de negócio da sua empresa.
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