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Imagine que você está dirigindo em uma estrada cheia de curvas, e o único jeito de saber se está indo na direção certa é usando um GPS atualizado. Na sua jornada de desenvolvimento de software, as DORA Metrics funcionam como esse GPS, guiando equipes de TI para a excelência operacional. Esses indicadores não só ajudam a entender onde sua empresa está, mas também apontam o caminho para alcançar os melhores resultados.

Mas o que são as DORA Metrics? De onde surgiram? E, mais importante, como elas podem transformar o desempenho da sua equipe? Vamos explorar isso agora.


O que é e como surgiu a DORA Metrics?

As DORA Metrics são um conjunto de indicadores criados para medir o desempenho das equipes de DevOps. O conceito foi desenvolvido pela equipe do DORA (DevOps Research and Assessment), após anos de pesquisa com milhares de profissionais. O objetivo era simples: entender quais práticas e métricas realmente impulsionam a eficiência no desenvolvimento e na entrega de softwares.

O resultado foi a identificação de quatro métricas principais: Frequência de Implantação, Tempo para Mudança, Tempo de Restauração de Serviço e Taxa de Falha de Mudanças. Essas métricas avaliam tanto a velocidade quanto a estabilidade das operações de TI, fornecendo uma visão completa da maturidade de uma empresa.

Tabela de métricas de desempenho de entrega de software com categorias como "Frequência de implantação," "Tempo de espera para alterações," "Tempo para restaurar serviço," e "Taxa de falha de mudanças," classificadas nos níveis "Elite," "Alta," "Média," e "Baixa."
Tabela do Google Cloud explicando os 4 parâmetros avaliados pelas DORA Metrics

Pense nisso como uma avaliação de saúde para o seu time de TI. A partir dessas métricas, você consegue identificar pontos fortes e gargalos, priorizando melhorias que realmente farão a diferença.

Os 4 Níveis de Categorização da DORA Metrics

As DORA Metrics classificam as empresas em quatro níveis de maturidade:

  • Elite: Equipes de alto desempenho, com excelência em velocidade e estabilidade.
  • High: Boas práticas em adoção, mas ainda com oportunidades de melhoria.
  • Medium: Maturidade média, com processos funcionando, mas sem alto rendimento.
  • Low: Operações abaixo do ideal, com baixa eficiência e muitos gargalos.

Agora, vamos detalhar cada uma das métricas e como elas funcionam na prática.


1. Frequência de Implantação

A métrica Deployment Frequency mede com que frequência sua empresa faz mudanças chegarem até o usuário final. Em outras palavras, é o termômetro que mostra o ritmo em que sua equipe entrega valor.

Para facilitar a avaliação, as empresas são classificadas em quatro níveis de desempenho:

  • Elite: Faz múltiplos deploys por dia.
  • High: Faz deploys entre uma vez por dia e uma vez por semana.
  • Medium: Faz deploys entre uma vez por semana e uma vez por mês.
  • Low: Faz deploys com menos frequência que uma vez por mês.

Agora, imagine o impacto disso. Empresas de nível Elite não deixam o trabalho acumular. Em vez de esperar semanas ou meses para lançar grandes pacotes de atualização, elas focam em implementar pequenos ajustes de forma contínua e eficiente. Isso não só reduz a chance de falhas catastróficas, como também aumenta a confiança da equipe e dos usuários, pois cada melhoria chega rapidamente e de forma previsível.

Já empresas que se encaixam nos níveis Medium ou Low enfrentam um grande desafio: quanto mais tempo uma mudança demora para ser implantada, maior a chance de ela trazer problemas — afinal, ela carrega mais dependências, riscos e pontos cegos.

Por isso, adotar práticas que aumentem a frequência de deploys, como pipelines automatizados e integração contínua, não é apenas uma questão de eficiência. É uma questão de sobrevivência em um mercado cada vez mais ágil e competitivo.

O segredo? Implementar com consistência e qualidade. Aqui, velocidade não significa correr e sim avançar com confiança.


2. Tempo para Mudança

A métrica Lead Time for Changes mede o intervalo entre o momento em que uma ideia é codificada (commit) e o momento em que ela chega ao usuário final. Ou seja, ela reflete a eficiência do seu pipeline de desenvolvimento: quanto mais ágil e bem estruturado ele for, menor será esse tempo.

Os níveis de desempenho são:

  • Elite: Menos de 1 dia para uma mudança ser implantada.
  • High: Entre 1 dia e 1 semana.
  • Medium: Entre 1 semana e 1 mês.
  • Low: Mais de 1 mês.

Se sua equipe demora semanas ou meses para transformar um commit em algo funcional para o usuário, é um sinal de alerta. Geralmente, isso indica dependências excessivas, processos manuais ou gargalos na automação. Esses atrasos não apenas limitam a entrega de valor, mas também aumentam a chance de mudanças se tornarem obsoletas ou irrelevantes até chegarem ao mercado.

As empresas de nível Elite entendem que velocidade não é inimiga da qualidade. Pelo contrário: ao reduzir o Lead Time, elas mantêm o foco em entregas menores e mais frequentes, permitindo ajustes rápidos e contínuos. Essa abordagem melhora a previsibilidade do trabalho e aumenta a satisfação do cliente, que percebe melhorias constantes no produto ou serviço.

Para atingir esse nível, é fundamental investir em práticas como integração contínua, automação de testes e pipelines otimizados. Quanto menor for o tempo para mudança, mais rápida será sua capacidade de responder às necessidades do mercado — e, consequentemente, maior será sua vantagem competitiva.


3. Tempo de Restauração de Serviço

Falhas acontecem. Mesmo com as melhores práticas, é inevitável que, em algum momento, algo dê errado em produção. É aí que entra o Time to Restore Services (Tempo de Restauração de Serviço): essa métrica avalia quanto tempo sua equipe leva para corrigir um problema e restaurar o funcionamento normal de um sistema.

Os níveis de desempenho são os seguintes:

  • Elite: Corrige o problema em menos de 1 hora.
  • High: Resolve entre 1 hora e 1 dia.
  • Medium: Entre 1 dia e 1 semana.
  • Low: Demora mais de 1 semana para restaurar o serviço.

O tempo de resposta é crucial, porque quanto mais tempo o serviço estiver fora do ar ou com problemas, maior será o impacto para os usuários e para o negócio. Seja a interrupção em um e-commerce, um sistema bancário ou uma aplicação crítica, os prejuízos vão desde perda de receita até danos à reputação da empresa.

Equipes Elite se destacam por sua capacidade de agir rapidamente, minimizando os impactos. Elas contam com processos claros, ferramentas avançadas de monitoramento e equipes bem treinadas para responder a incidentes. A agilidade não vem do improviso, mas de uma preparação estratégica: simulações de falhas, automação no diagnóstico e uma cultura de colaboração entre equipes de desenvolvimento e operações.

Investir no Time to Restore Services não é só sobre evitar problemas. É sobre garantir que, quando eles surgirem, sua empresa esteja pronta para enfrentá-los de maneira eficaz e com o mínimo impacto possível. Afinal, a confiança do cliente se mede não só pela estabilidade, mas pela capacidade de recuperação rápida quando algo sai do esperado.


4. Taxa de Falha de Mudanças

A métrica Change Failure Rate avalia a porcentagem de deploys que acabam gerando problemas em produção. Em resumo, é a medida de quantas vezes uma alteração planejada não sai como esperado e precisa ser corrigida. Aqui, a qualidade é o fator decisivo — afinal, não adianta implantar mudanças rápidas e frequentes se muitas delas falham.

Os níveis de desempenho para esta métrica são:

  • Elite: Apenas 0% a 15% dos deploys causam problemas.
  • High: Entre 16% e 30%.
  • Medium: Entre 31% e 45%.
  • Low: Mais de 45%.

Manter uma Taxa de Falha de Mudanças baixa é essencial para preservar a confiança no produto e na equipe. Para isso, as empresas de nível Elite adotam práticas que combinam automação, testes rigorosos e integração contínua. Essas equipes entendem que a qualidade não é negociável — cada deploy passa por uma série de validações para minimizar os riscos antes de chegar ao ambiente de produção.

Por outro lado, empresas que operam nos níveis Medium ou Low frequentemente enfrentam dificuldades como falta de testes adequados, processos manuais e pouca visibilidade sobre o impacto das mudanças. Isso resulta em deploys problemáticos, que não só geram retrabalho para a equipe, mas também comprometem a experiência do usuário final.

Outro ponto importante é a cultura organizacional. Equipes com alta taxa de falhas muitas vezes culpam os indivíduos em vez de reverem processos. Já equipes de alto desempenho adotam uma abordagem colaborativa, investigando a causa raiz dos problemas e implementando melhorias para evitar que eles se repitam.

No final, a métrica Change Failure Rate não é apenas um indicador de desempenho técnico, mas também uma métrica de maturidade organizacional. Investir em reduzir essa taxa é investir na confiança dos seus clientes, no desempenho da sua equipe e na sustentabilidade do seu negócio.


E onde a NextAge entra nisso?

Na NextAge, buscamos sempre a excelência. Com mais de 16 anos no mercado e presença em 9 países, temos orgulho em dizer que nossos processos são alinhados às melhores práticas do mercado — incluindo as DORA Metrics. Nosso compromisso com a qualidade nos permite entregar múltiplos deploys diários, com alta estabilidade e tempos reduzidos de resposta a falhas.

Nossa metodologia, validada nacional e internacionalmente, garante que nossos clientes desfrutem de resultados rápidos e confiáveis. Empresas como Sicredi, Odebrecht e Positivo confiam em nós porque sabem que nosso foco está em entregar valor continuamente, sem comprometer a qualidade.

Adotar as DORA Metrics é mais do que um objetivo; é uma jornada para a excelência. Quer saber como levar sua empresa para o próximo nível? Fale com a NextAge. Estamos prontos para guiar sua equipe nessa transformação.

Autor(a)

a.garcia@nextage.com.br

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