“Apesar do hype em torno de linguagens mais novas, o Java continua sendo a espinha dorsal do desenvolvimento”. Essa reflexão foi promovida pela revista TechCrunch, ao abordar sobre a possível morte do Java. O fim dessa linguagem tem sido previsto todo ano nessa última década. Ainda assim, o Java tem sido utilizado no desenvolvimento de sistemas bilionários.
A verdade é que a popularidade de uma linguagem vai muito além das tendências do momento. Envolve ecossistema, base instalada, performance, comunidade e, principalmente, o que está rodando no mundo real.
Nós da NextAge contamos com uma equipe de desenvolvedores especializados em diversas linguagens de programação, incluindo Java. Consultamos nossos profissionais e reunimos materiais para investigar essa questão com lupa: será mesmo que Java está morrendo?
Vamos aos dados: Java nos rankings de 2024
Apesar das previsões fúnebres, Java segue muito vivo nos principais rankings de linguagens:
- TIOBE Index (2024): Java está em 4º lugar, atrás apenas de Python, C e C++;
- Stack Overflow Developer Survey (2023): quase 30% dos devs ainda usam Java;
- RedMonk Rankings (2024): Java continua firme entre os top 3.
Mas então, por que a sensação de “queda”?
Simples: enquanto linguagens como Python e JavaScript explodem entre iniciantes e aplicações modernas, Java não está no hype — e sim no chão da fábrica. Ele não chama atenção, mas roda milhões de processos todos os dias.
Onde Java é aplicado?
Spoiler: se você usou um aplicativo bancário, acessou um sistema de RH ou fez um pedido numa grande empresa de telecomunicações, você passou provavelmente por algum back-end Java.
O Java é a primeira escolha para:
- Sistemas corporativos: frameworks como Spring e Jakarta EE ainda são os pilares de sistemas empresariais. Isso porque roda em qualquer sistema com JVM e possui fácil integração, o que facilita a comunicação entre diferentes módulos e linguagens;
- Finanças e governo: agências públicas e bancos ainda operam em larga escala com Java. O motivo é que essa linguagem possui histórico sólido em ambientes seguros e frameworks como Spring, que suporta um grande número de transações;
- Android: embora o Kotlin tenha ganhado espaço, Java ainda é a base de milhões de apps. Aqui a relação é histórica, pois originalmente foi desenvolvido sobre Java.
- Manutenção de sistemas legados: muitos dos softwares que “rodam o mundo” foram escritos em Java e seguem firmes.
O que dizem por aí?
Muitos desenvolvedores afirmam que o Java é lento, mas isso não é mais verdade. Ele era lento, principalmente pelo antigo J2EE que precisava implementar milhares de coisas para fazer uma coisa simples. Hoje em dia, não é muito difícil encontrar benchmarks mostrando que Java se equipara e até supera em performance a C++, Go, Python e outras linguagens.
Também dizem que o Java é verboso. De fato, há um tempo atrás, se escrevia muito utilizando Java, mas depois de frameworks como Spring Boot e Lombok e próprias evoluções da linguagem, isso também não se aplica.
Já os pontos positivos são inúmeros. Tem uma alta compatibilidade, sendo muito fácil de atualizar a versão do Java 4 para o 8 sem quebra de códigos, por exemplo. Também é multiplataforma, pois serve para aplicações, web ou não, mas também serve para TVs (Java TV), cartões (Java Card), IoT (Java ME, Java Embedded), etc.
Java morreu? Nem perto disso
É verdade que Java não é mais a queridinha das startups nem a linguagem mais comentada no Twitter. Mas isso não significa que está morrendo. Muito pelo contrário.
Java evoluiu, amadureceu e segue sustentando sistemas vitais que movem o mundo — enquanto se moderniza silenciosamente nos bastidores.
Talvez a pergunta certa não seja: “Java está morrendo?”. Mas sim: “Você está acompanhando o que Java está se tornando?”
Na NextAge, ajudamos empresas a modernizarem seus sistemas legados com segurança, performance e inteligência de negócio. Se você está se perguntando se está na hora de evoluir, fale com nossos especialistas.